Sem querer, acabei te procurando numa das rodas de conversa que se formaram. Busquei a tua voz no meio das outras e, entre as pessoas sentadas naqueles bancos gelados de concreto, quis te encontrar com as pernas cruzadas e as mãos entrelaçadas sobre os joelhos, rindo de algo ou contando alguma história. Eu sabia o que estava acontecendo, mas quis fingir que não, por isso ainda esperava te ouvir chamando alguém para conversar e tomar um café. Fiquei alguns segundos ali parada, te olhando, abraçada em alguém e pensando que a gente não tem mesmo controle de nada. É estranho pensar que eu, com 25 anos, já tenha passado por isso umas dez vezes e isso nunca ficar mais fácil. Nunca. Cheguei à conclusão que a gente só aprende a suportar o insuportável. Aprende a lidar com a dor, com a sensação de sufocamento, com o aperto no peito, com o desespero de não ver mais alguém que ama... e vai ficando mais forte. É tipo um exercício físico: vamos treinando e aprendendo a carregar pesos cada
faz um ano um ano sem tua mão no meu rosto um ano sem a tua voz calma que sempre me confortava o tempo passou rápido a ciranda foi girando e girando nesse meio tempo a roda foi ficando maior porque muitos pequenos estão aprendendo a cirandar uma cirandinha, pequena que nem eles em passinhos que vem e que vão fez um ano eu te amo um ano que você não dança mais comigo, com a gente mas também não dança mais sozinho voltou pra ela e eu amo vocês um tanto que nem tem tamanho que é grande demais pra medir